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No contexto de assistência humanitária em Roraima, decorrente do fluxo migratório de pessoas venezuelanas, os dois principais eixos que guiam o trabalho do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) são a promoção da saúde sexual e reprodutiva e a prevenção e resposta à violência de gênero. No caso desta última, o papel do UNFPA é fundamental e se apoia, principalmente, na disseminação de informações corretas, no referenciamento de casos de violência para a rede de proteção e na formação adequada das pessoas que trabalham com os recém-chegados ao país.

De acordo com a especialista em Violência Baseada em Gênero do Fundo de População, Patrícia Melo, a capacitação de todos os atores envolvidos na força-tarefa humanitária abrange desde aqueles que trabalham na rede local de proteção, no sistema público de saúde, aos da área de Justiça, Segurança e Assistência Social. O UNFPA também procura fazer oficinas de formação com parceiros de implementação, equipes de outras agências da ONU presentes em Roraima e atuantes dentro dos abrigos da Operação Acolhida. Nas capacitações, eles aprendem a reconhecer e a agir diante de casos de violência. 

“É importante capacitar para discutir gênero em qualquer contexto. No contexto de emergência, precisamos formar as pessoas da rede, atores humanitários e parceiros porque sabemos que a violência de gênero se intensifica no contexto de deslocamento forçado. As pessoas, principalmente mulheres, meninas, população LGBTI e pessoas com deficiência ficam ainda mais vulneráveis. E tem que ser uma formação de forma permanente”, explica.

Também tem sido papel do UNFPA desenvolver mecanismos e ferramentas para prevenir casos de violência de gênero dentro dos abrigos e, uma vez em que eles sejam reportados, formas de notificar e dar seguimento à proteção. Um guia de manejo de casos está sendo produzido pelo Fundo de População para ser entregue em breve aos parceiros.