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Consciente de que não era uma decisão fácil, Magdali Bronn, 41, decidiu que ela e seus quatro filhos trilhariam um novo caminho no país vizinho, Brasil. Magdali e seu marido lutaram, durante muito tempo, para ter acesso a serviços básicos em seu país, sobretudo a serviços de saúde: ele contraiu malária e faleceu no fim de 2018. Pouco tempo depois, a filha menor de Magdali começou a sentir incômodo nos ouvidos. Tratava-se de uma otite aguda, que pouco a pouco se foi agravando e que necessitava de uma cirurgia. Decidida a não enfrentar novamente os problemas econômicos e de saúde, ela se viu obrigada a sair do país em busca de apoio para a condição de sua filha.

 

Magdali recorda com carinho a data de 14 de fevereiro, dia em que, na Venezuela, celebra-se o amor e a amizade. Foi quando ela e a pequena Alejandra chegaram a Roraima, especificamente a Pacaraima, cidade brasileira que faz fronteira com o país. Elas chegaram ao Posto de Triagem da Operação Acolhida, onde são prestados diversos serviços de atenção básica a pessoas migrantes e refugiadas.

 

“Fui recebida pelas pessoas do UNFPA no Espaço Amigável, que me trataram muito bem. Expliquei minha situação e da minha filha, soube que a operação dela seria possível aqui. Foi, finalmente, um dia feliz”, ela comenta. O Fundo de População da ONU lhe ofereceu atenção especializada e deu as orientações necessárias para que a situação de Alejandra fosse resolvida.

 

“Eu tinha muito medo quando saí, tivemos que passar por muitas situações difíceis para chegar aqui. Pegamos carona, não tínhamos onde dormir nem onde comer, caminhamos muitas horas durante o dia e à noite. Foi muito traumático para mim e meus outros filhos, mas quando chegamos aqui eu soube que todo sacrifício havia valido a pena”, explica.

 

O Fundo de População dá apoio para mulheres que, como Magdali, chegam em situação de extrema vulnerabilidade ao Brasil. O trabalho de escuta sensível realizado nos espaços amigáveis localizados na fronteira busca sempre dar o melhor suporte e seguimento das necessidades que surgem. Casos como o de Alejandra são encaminhados à rede de saúde pública, que finalmente fornece a atenção médica especializada. 

 

Hoje, Magdali expressa somente alegria. O UNFPA acompanha a situação da migrante e de seus filhos, que estão na fila para o processo de interiorização. Eles esperam uma oportunidade para ir a Brasília, capital do país, para dar seguimento ao tratamento de Alejandra.