Você está aqui

Declaração da diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas, dra. Natalia Kanem, no Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas

Todos os anos, dezenas de milhares de pessoas são traficadas dentro e fora das fronteiras nacionais. Enquanto homens e meninos tendem a ser traficados para o trabalho forçado, mulheres e meninas tendem a ser traficadas para o sexo forçado.

Traficantes atacam pessoas mais pobres e vulneráveis, submetendo-as a condições indescritíveis, onde todos os direitos humanos são violados. Traficantes usam violência física e psicológica, drogas e abuso sexual como armas para controlar suas vítimas. Com a exploração e o abuso sexual, o risco de infecções sexualmente transmissíveis aumenta, incluindo o HIV, e tornando mortal uma situação terrível.

Mesmo nas melhores circunstâncias, mulheres e meninas em todo o mundo têm menos probabilidade do que homens e meninos de desfrutar de seu direito à saúde, autonomia, integridade corporal e se livrar da violência. O tráfico leva as desigualdades ao extremo.

Neste Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, apelo aos governos nacionais e locais, às forças policiais, aos sistemas de justiça criminal e às organizações de direitos humanos a redobrar esforços para identificar e denunciar o tráfico, levar os autores à justiça e apoiar os e as sobreviventes.

Apelo também aos governos, organizações comunitárias, escolas e outras instituições para que invistam em mulheres e meninas e lhes garantam direitos e oportunidades iguais para que possam realizar seu potencial e vivam de forma digna e livre de danos.

Esforços adicionais são necessários durante a pandemia da COVID-19, que está minando os meios de subsistência, agravando a pobreza e aumentando a vulnerabilidade das mulheres aos traficantes, cujos esquemas podem se tornar mais difíceis para a polícia descobrir durante as medidas de isolamento social e quarentena.

O tráfico nunca deve ser tolerado, e nossa luta contra ele deve continuar mesmo durante a pandemia. Não devemos parar até que essa afronta aos direitos humanos acabe.