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Fundo de População da ONU lança plataforma para facilitar o acesso e agregar  informações sobre serviços de proteção às mulheres vítimas de violência 

O Fundo de População da ONU (UNFPA), juntamente com a Embaixada dos Países Baixos e Embaixada do Canadá, lançaram nesta quinta-feira (10) a Plataforma Mulher Segura. A plataforma surge como uma ação de resposta ao aumento das violências contra as mulheres, ao disponibilizar uma ferramenta acessível para garantia de direitos. 

Lançada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, que nesse ano faz um chamado para defesa de direitos e “não deixar ninguém para trás”, se evidencia que todo minuto é importante no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, e a cada 2 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica

“A violência vivida por mulheres é uma das principais formas de violação dos direitos humanos, atingindo os direitos à vida, liberdade, saúde e integridade física das mulheres. A plataforma é um projeto inovador que agrega estratégias de prevenção e de proteção de violência baseada em gênero, simplificando a busca por direitos para que todas possam acessar os serviços de atendimento mais atualizados”, afirmou Astrid Bant, Representante do UNFPA no Brasil.

"Neste ano houve um aumento dos casos de violência e de abuso sexual contra a mulher no mundo todo. Então se torna importante criar uma plataforma prática e acessível como ferramenta nessa luta por justiça, empoderamento e conscientização. Acreditamos que conseguiremos fazer uma diferença se juntos estendermos as mãos às mulheres em situação de violência”, falou Kees van Rij, Embaixador do Reinos dos Países Baixos. 

“A violência sexual baseada em gênero é um fenômeno preocupante que está assumindo proporções significativas. A violência contra mulheres e meninas acontece nas casas, escolas, ruas, no trabalho e na internet. Infelizmente, ninguém está imune. Estamos convencidos que quando todas as pessoas, independente do gênero, são capazes de participar ativamente da vida do país construímos comunidades mais seguras e prósperas. Está visão está no centro de nossa política externa feminista”, comentou Jennifer May, Embaixadora do Canadá.

Além das funções práticas de acesso à serviços, a plataforma possibilita se informar sobre Violência Baseada em Gênero (UNFPA Brasil/Reprodução)

Uma outra narrativa é possível: canais de apoio multidisciplinar, linguagem acessível e compartilhamento de informações

A Plataforma Mulher Segura possui um mecanismo de busca com visualização por estados, tipos de atendimento, filtragem por município e por serviços disponíveis. As usuárias terão acesso a uma listagem de serviços de órgãos públicos e de organizações da sociedade civil. Como também o acesso a aplicativos de apoio criados por órgãos e estados com orientação do sistema de justiça, acolhimento, psicologia, saúde e de denúncia em caso de emergência. 

Uma das potencialidades da plataforma é a articulação com organizações da sociedade civil, movimentos feministas e coletivos comunitários locais. E a Plataforma Mulher Segura faz o convite para a formação colaborativa do banco de dados, pois as usuárias/os podem enviar suas sugestões para que as informações sejam constantemente atualizadas.

O slogan “A violência não te define” busca também desmistificar a narrativa de violência sobre as mulheres. "Porque é comum construir uma narrativa sobre as mulheres, a partir das perspectiva da violência. A plataforma não é somente um canal para sair de uma situação de violência, ela possuiu também eixos para sua formação e informação. A narrativa da violência é uma narrativa sobre as mulheres, mas não é a única. As mulheres são muito mais na sua diversidade”, explicou Luana Silva, Oficial de Programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do UNFPA. 

Além das funções práticas de acesso à serviços, a plataforma possibilita se informar sobre Violência Baseada em Gênero, como identificar e compreender os tipos de violências. Entre os tipos de violências, a plataforma faz um alerta para as formas de violência online que teve um crescimento durante o distanciamento social vivido na pandemia da Covid-19. A associação civil SaferNet Brasil que atua no enfrentamento aos crimes e violações aos direitos humanos na internet, atendeu, 669 casos envolvendo vazamento de nudes ou exposições íntimas, em 2018. Desses casos 65,8% das vítimas eram mulheres. Em 2020, o número de casos de exposição de imagens íntimas teve um acréscimo de 154,90%. 

Conheça a plataforma: www.mulhersegura.org  

A Plataforma Mulher Segura é outra mobilização do UNFPA para ajudar a acabar com a violência contra mulheres e meninas. Atuando em mais de 130 países, o UNFPA forneceu serviços de apoio médico ou psicossocial a mais de 760.000 sobreviventes da violência. Em contextos humanitários, apenas nos primeiros 10 meses de 2020, ações de prevenção e resposta alcançaram 2,8 milhões de mulheres e meninas em todo o mundo. 

Assista o evento de lançamento da Plataforma Mulher Segura: 

 https://youtu.be/uU_9eQ7lyOI