Você está aqui

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que mantêm um acordo de cooperação a nível global, estudam o desenvolvimento de projetos envolvendo juventude e saúde. A ideia é, por meio do programa da fundação Agenda Jovem, criar um observatório com a presença de líderes do movimento jovem do país inteiro para monitorar o estabelecimento das metas da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) em relação à juventude. Além disso, as duas instituições analisam a possibilidade de desenvolver materiais informativos sobre saúde sexual, reprodutiva e direitos, como a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e o HIV, com linguagem acessível e dinâmica.

 

O projeto Agenda Jovem é uma iniciativa da Fiocruz que atua diretamente com redes, grupos e movimentos juvenis em vários estados do país. O coordenador do programa, André Sobrinho, explica que a mobilização de lideranças é extremamente importante para o sucesso das iniciativas. “Queremos fomentar a pauta do direito à saúde e a defesa do SUS dentro do movimento jovem”, explicou, em reunião com o UNFPA, no Rio de Janeiro, na última terça-feira.

 

Além do desenvolvimento de materiais para subsidiar as ações de promoção da saúde de jovens, o UNFPA e a Fiocruz estão fechando os detalhes da criação de um Observatório da Juventude, utilizando a rede de mobilização da própria Agenda Jovem. “A ideia do Observatório da Juventude é monitorar as pautas relacionadas aos jovens com as quais o Brasil se comprometeu na Cúpula de Nairóbi, em novembro”, afirmou o pesquisador da fundação Marcos Nascimento. 

 

Em Nairóbi, organizações da sociedade civil, integrantes de governos e membros do país inteiro se mobilizaram para refletir sobre os avanços conquistados nos últimos 25 anos e quais são os desafios que estão por vir. Foi acordado que os esforços serão centrados na conquista de três zeros até 2030: zero necessidades de contracepção não atendidas, zero mortes maternas e zero violências e práticas nocivas contra mulheres e meninas. 

 

O oficial de programa para Juventude e HIV do Fundo de População da ONU, Caio Oliveira, está otimista em relação à parceria. “O observatório será composto por diferentes representações da sociedade civil, academia e Fiocruz e terá um papel fundamental no acompanhamento da execução da agenda da CIPD e dos compromissos brasileiros assumidos na Cúpula de Nairóbi. Além disso, a produção de materiais vai ser muito importante para dar suporte ao nosso trabalho”, afirmou.