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Buscando proporcionar a universitários uma experiência simulada de participação em conferências da Organização das Nações Unidas (ONU), o grupo de estudantes da Universidade de Brasília se reuniu na quarta-feira (24) para a cerimônia de abertura do 22º Americas Model United Nations (AMUN), no Palácio do Itamaraty. Com a parceria do Fundo de População das Nações Unidas, o tema deste ano é Joy as a Form of Resistance (Alegria como forma de resistência). 

Para Jaime Nadal, representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil, é necessário apoiar um evento como este para empoderar a juventude. “Apoiar a AMUN faz parte do plano do UNFPA, para que jovens disseminem valores e que estejam equipados com habilidades para a vida, que vão ressoar no futuro do país e das instituições”.

Entre os dias 24 e 28 de julho, os participantes representaram diplomatas, juízes, chefes de governo e ministros para discutir de forma aprofundada temas da agenda nacional e internacional. São quatro dias de debate sobre povos e comunidades tradicionais, liberdade de movimento para pessoas LGBTQ+, transparência e acesso à informação, planejamento familiar, entre outros assuntos.


Marcello Bolzan, professor do Instituto de Desenvolvimento e Estudos de Governo (IDEG); Pétalla Brandão, mestre em Direito Internacional; Karina Moreira, secretária-geral da AMUN; Jaime Nadal, representante do UNFPA Brasil e Costanzo Fisogni, Gerente de Projetos da União Europeia no Brasil (Foto: UNFPA Brasil/Giselle Cintra)

A secretária-geral da AMUN, Karina Moreira, relata que um evento como esse, movimenta estudantes de todo o país, e “faz com que nós, jovens, pensemos em temas nacionais e internacionais de extrema importância. Seremos futuros líderes, e é importante ter essa pluralidade socioeconômica e cultural que traz várias perspectivas às discussões. Acredito que é importante ter essa reflexão sobre problemas que afligem direitos básicos de muitas pessoas”.

Comissão sobre População e Desenvolvimento

No ano de comemoração dos 25 anos da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, participantes da AMUN se reuniram para simular pela primeira vez uma Comissão sobre População e Desenvolvimento, com foco em planejamento reprodutivo.

“Como estudante de geografia, é muito importante entender como a economia influencia na organização do espaço e das pessoas. Assim como, entender uma diversidade de contextos pode ser bom para produzir soluções que alinhem desenvolvimento humano com o econômico”, reflete Marcela Antonietta, estudante e diretora da Comissão sobre População e Desenvolvimento da AMUN.


Diretores da Comissão sobre População e Desenvolvimento da AMUN, Marcello Costa, Fernanda Akeme e Gabriel Menezes participaram da cerimônia de abertura junto com o representante do UNFPA Brasil, Jaime Nadal (Foto: UNFPA Brasil/Giselle Cintra)

25 anos da Conferência de Cairo

A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) foi realizada no Cairo, em 1994, e representou um marco histórico e uma mudança de paradigma na abordagem global sobre os temas de população e desenvolvimento: se antes os objetivos eram exclusivamente demográficos, após a CIPD o foco se tornou a promoção dos direitos humanos, com ênfase no exercício dos direitos reprodutivos e na autonomia das escolhas individuais. O ano de 2019 marca o 25º aniversário da Conferência, cujo documento foi pactuado por 179 países.

Em abril deste ano, foi realizada a 52ª sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento, na sede das Nações Unidas, em Nova York. A Comissão examina os progressos obtidos na implementação do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, bem como as lacunas na consecução de suas metas e objetivos. A implementação completa é fundamental para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.