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No âmbito da resposta humanitária, aconteceu entre os dias 23 e 25 de outubro, o primeiro Ciclo de Sensibilização, em Roraima. Realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no âmbito do projeto IcSP com a União Européia, em parceria com ONU Mulheres e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a iniciativa tem como tema a “Efetividade na atenção às mulheres em situação de violência sexual nos serviços da rede de saúde em Roraima”. O encontro aconteceu em Boa Vista e Pacaraima, e contou com palestras, dinâmicas e oficinas. 

A atividade reuniu cerca de 50 participantes entre profissionais de unidades de saúde de Boa Vista; dos hospitais de referência para os casos de violência sexual: maternidade, hospital da criança Santo Antônio e hospital geral de Roraima; Médicos Sem Fronteiras, agências da ONU e parceiros de implementação. O objetivo é melhorar a atenção prestada nos serviços de saúde por meio do diagnóstico e monitoramento dos serviços que são realizados e que são ausentes dentro das unidades de referência. Sensibilizar as pessoas (gestores e trabalhadores da rede) responsáveis por esse trabalho é foco principal.

Para a facilitadora da ação e consultora do UNFPA que apoia o  GT de raça, gênero e etnia das agências da ONU, Leila Adesse, as mulheres que atravessam a fronteira merecem todo o respeito e, também, merecem receber atenção integral, como preconiza o SUS, tanto para prevenção das situações de violência como para o tratamento. “Estando aqui no Brasil, o nosso papel é esclarecer à essas mulheres acerca dos seus direitos aos serviços de saúde, bem como garantir o acesso destas à rede de atenção integral, lembrando que elas podem fazer os relatos de abuso, se ocorreram”, relatou a especialista. 


A atividade reuniu cerca de 50 participantes entre profissionais de unidades de saúde de Boa Vista (Foto: UNFPA Brasil/Yareidy Perdomo)

Além disso, Adesse disse que o trabalho de esclarecimento também deve acontecer com os e as profissionais de saúde. “Dessa forma, essas mulheres podem ser atendidas tão bem quanto as mulheres brasileiras”, afirma. Nessa primeira etapa de oficinas, ela está explicando o guia de indicadores e monitoramento do Ministério da Saúde e propondo um mecanismo para que as próprias unidades de referência possam fazer o monitoramento e melhorar o atendimento dentro das normas técnicas.

Nos dias 23 e 24, a oficina aconteceu no Auditório do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal de Roraima e no Auditório do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, em Boa Vista. A programação contou, além da explicação sobre o Guia de Indicadores de Qualidade da Atenção à Violência, com rodas de conversa sobre direito sexual e reprodutivo com foco em violência sexual entre brasileiras e venezuelanas; e dinâmicas acerca do papel das equipes de saúde na melhoria dos serviços. Na quinta (25), a atividade foi replicada no posto de triagem de Pacaraima.