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O Mundo Deve Acabar com a Violência Contra a Mulher

Declaração do Diretor Executivo do UNFPA, Dr. Babatunde Osotimehin, para o 25 de novembro, Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres.

Uma em cada três mulheres de todo o mundo já experimentou violência física ou sexual, com muita frequência causada por um parceiro íntimo.

Na maioria dos países, menos de quatro em cada 10 sobreviventes de tal violência procuram ajuda.A violência contra mulheres e meninas inclui violência doméstica e sexual, tráfico de seres humanos e práticas prejudiciais, como o casamento infantil forçado, infanticídio baseado em gênero e mutilação genital.

Globalmente, mais de 140 milhões de meninas e mulheres foram submetidas a alguma forma de mutilação genital . Nos países em desenvolvimento, uma em cada três meninas se casa antes de atingir 18 anos, e uma em cada nove, antes dos 15.

A violência priva as mulheres e meninas de seus direitos humanos à saúde, educação e participação nos assuntos de suas comunidades e nações. Os efeitos da violência na saúde são imensos - da gravidez forçada a abortos inseguros, lesões físicas e traumas que permanecem pelo resto da vida. E as sobreviventes muitas vezes levam vidas cheias de medo e estigma.

A comunidade internacional está prestes a embarcar em uma viagem de 15 anos em direção ao desenvolvimento sustentável, equitativo e inclusivo. Para que os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas tenham um impacto positivo e significativo, devem ser tomadas ações para quebrar o ciclo da violência que nega a milhões de mulheres e meninas seus direitos humanos fundamentais e sua capacidade de contribuir para o progresso econômico e social de suas nações.

Acabar com a violência contra as mulheres deve ser uma prioridade para todos os seres humanos. Não se trata apenas uma questão relativa às mulheres; isso afeta todos nós. Enquanto a dignidade e o bem-estar de metade da humanidade estiverem em risco, a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável permanecerão fora de alcance.

O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, trabalha para prevenir e responder à violência baseada em gênero em 135 países, dos quais 43 são países afetados por crises que exacerbam as vulnerabilidades de mulheres e meninas.

Por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra Mulheres, o UNFPA renova seu compromisso de proteger a saúde e os direitos das mulheres e meninas.

Trabalhando com as Nações Unidas e outros parceiros, desenvolvemos padrões mundiais de serviços essenciais para atender mulheres e meninas vítimas de violência, bem como diretrizes técnicas abrangentes para ajudar os países a implementá-las.

Seguimos trabalhando com homens, meninos e líderes das comunidades de todos os países do mundo para acabar com atitudes discriminatórias e mudar normas sociais que permitem que esses abusos persistam.

O UNFPA está tomando medidas para prevenir e responder à violência contra mulheres e meninas antes, durante e após conflitos, em tempos de paz, e como parte integral da ação humanitária eficaz.
No próximo mês, em uma reunião mundial organizada pelo UNFPA e ONU Mulheres em Istambul, a comunidade internacional irá revisar os progressos realizados ao longo das últimas duas décadas para traçar o caminho futuro.

Com os novos objetivos globais, temos a responsabilidade coletiva de acabar com a violência contra mulheres e meninas e temos um prazo até 2030 para atingir essa meta. Precisamos fazer mais, todos nós, e não podemos deixar ninguém para trás.

Todas as mulheres e todas as meninas têm o direito de viver livres de discriminação e violência de gênero.

Este é um imperativo não só para a dignidade, os direitos humanos e o bem-estar das mulheres e meninas, mas para a nossa humanidade e nosso futuro comum.

 

Tradução: Ulisses Bigaton