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Estimativas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 35% das mulheres em todo o mundo sofreram violência física ou sexual por parte do parceiro ou de terceiros durante a vida. Nesta segunda-feira (26), o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), e a ONU Mulheres, participaram da atividade em alusão ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher, lembrado no dia 25 de novembro. Organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), evento também lembrou os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres que, no Brasil, se inicia em 20 de novembro com o Dia da Consciência Negra.

O representante da OPAS no Brasil, Joaquín Molina, relembrou a importância das datas para as lutas das mulheres e destacou o papel dos homens para a luta contra a violência de gênero.  “Sabemos que a violência contra as mulheres é um grave problema de saúde pública e de violação dos Direitos Humanos das mulheres, que ocorre em todas as classes sociais e pode assumir várias formas - física, moral, sexual, financeira e psicológica”, relatou o representante. 

A oficial da ONU Mulheres Ana Carolina Quirino afirmou o compromisso de enfrentar as diversas formas de violência contra as mulheres em um contexto de desafios. “A resposta passa pela quebra do silêncio e passa, também, por uma reflexão dos homens sobre seu papel na sociedade que também aprisionam os próprios homens”. Neste ano de 2018, o mote da campanha dos 16 dias de Enfrentamento pelo Fim da Violência Contra as Mulheres foi Escute-me Também, com o objetivo de acabar com o ciclo de silenciamento das mulheres, ampliando as vozes das mulheres em suas diversidades.


Organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), evento também lembrou os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres (Foto: UNFPA Brasil/Thais Rodrigues)

Na cerimônia, o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, disse que a violência baseada em gênero se soma de forma perversa a outras violações de direitos, gerando o que chamamos de desigualdades agravadas. “O racismo, as desigualdades socioeconômicas e a discriminação, não só impedem que mulheres possam ter o Poder da Escolha sobre suas próprias vidas, como também se configuram como fatores que influenciam na ocorrência de problemas de saúde - os determinantes sociais das condições de  saúde”, afirmou. 

“Os fatores estruturantes das desigualdades, como a invisibilidade, a discriminação de gênero, de raça e etnia, precisam ser vencidos para que todas as mulheres tenham seus direitos assegurados, para que a campanha dos 16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres seja, cada vez mais, efetiva, para que as mulheres tenham o poder da escolha, para que nenhuma fique para trás e, assim, possam alcançar todo o seu potencial”, completou Nadal. 

Como exemplo de uma estratégia focada nessa premissa, ressaltou a participação do UNFPA na resposta a situação de emergência humanitária em Roraima e informou que o escritório tem buscado construir caminhos para o acesso universal à saúde sexual reprodutiva, apoiando os governos nacionais e locais, organizações humanitárias e as comunidades locais a defender a dignidade e os direitos de todas as pessoas afetadas, com enfoque naquelas mais vulneráveis, em especial mulheres, meninas, pessoas LGBTI, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

Durante o evento, a OPAS também lançou seu Guia para a Implementação das Prioridades Transversais para facilitar a incorporação nas relações e nos processos de trabalho da agência. Desde 2012, o “Dia Laranja” é lembrado todo dia 25 de cada mês para dar visibilidade à prevenção e ao enfrentamento à violência contra mulheres e meninas em todo o mundo. No Brasil, a campanha dos 16 Dias de de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.